ACONTECEU NOS DIAS 17, 18 E 19 DE SETEMBRO
O RETIRO DA NOSSA COMUNIDADE ESTE ANO TEVE COMO TEMA: JÁ NÃO SOU EU QUE VIVO MAS CRISTO QUE VIVE EM MIM, INSPIRADO NA CARTA DE SÃO PAULO AOS GALATAS, TEVE COMO PRINCIPAL OBJETIVO LEVAR OS MEMBROS DA COMUNIDADE A UMA INTIMIDADE COM O SENHOR E A UMA BUSCA DE UMA CONVERSÃO MAIS EFETIVA.RETIRO DA COMUNIDADE CATÓLICA ANUNCIADORES DA PAZ - FOI UMA BENÇÃO!!!
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Comunidade Católica Anunciadores da Paz
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terça-feira, setembro 21, 2010
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AMIGOS DE DEUS - TEMA 2: A ORAÇÃO
1. SEGUNDO A BÍBLIA O QUE DEUS NOS FALA SOBRE A ORAÇÃO?
Na perspectiva do Antigo Testamento, segundo o Catecismo da Igreja, a
oração é vista, nas primeiras passagens bíblicas, como um modo concreto e bonito de
relacionamento com Deus que se mostra mediante a apresentação de oferendas a Deus, ou pela
invocação do nome de Deus, ou ainda como uma caminhada com Deus. À luz dos relatos
bíblicos, que nos narram diversas experiências espirituais dos grandes homens de Deus,
encontraremos várias noções que nos levam a entender o que seja a oração. No chamamento de
Abraão e na sua resposta a Deus, a oração se expressa como uma escuta atenta e silenciosa do
coração à voz de Deus e como uma resposta concreta na obediência a Ele, (obediência significa
em latim, ouvir com atenção), buscando realizar a vontade de Deus, por meio de ações
concretas, e que por sua vez requer como fundamento único o dom da fé na fidelidade de Deus.
“A oração restaura o homem a semelhança de Deus e o faz participar do poder do amor de Deus
que salva a multidão”. Na experiência de Jacó a oração pode ser definida como o combate da fé
e como a vitória da perseverança. Na profunda experiência de Moisés a oração revela sua
dimensão de intercessão, de diálogo com Deus, que por primeiro vem ao seu encontro,
revelando sua mais bela face, a da contemplação, pois Moisés falava com Deus face a face.
Neste âmbito a oração se apresenta como um encontro íntimo com Deus. Por sua vez em Davi a
oração adquire um rosto novo, de louvor e ação de graças, expressando sua adesão fiel, sua
confiança e alegria no Senhor. Já na experiência espiritual dos Profetas a oração é revelada
como uma escuta e fidelidade a Palavra de Deus, que impulsiona as específicas missões de falar
em nome de Deus. E os salmos são a própria Palavra de Deus que se faz oração, pessoal e
comunitária, ensinando-nos a orar sempre, em todas as circunstâncias da vida, se caracterizando
pela simplicidade e espontaneidade num contínuo desejo de Deus, aqui a oração reflete a
vivência da fé nos diversos acontecimentos da nossa vida.
Na perspectiva do Novo Testamento, com a manifestação do Filho de Deus, a
oração encontra sua plena revelação em Jesus, que reza com seu coração humano, sendo um
coração de Filho. Desse modo a oração possui uma novidade: a oração se manifesta como
oração filial, como um encontro com o Pai. Jesus sendo um homem de oração nos mostra toda a
força da oração, e sua importância na vida humana e nos seus momentos decisivos
configurando-se segundo o testemunho de Jesus: como uma entrega humilde e confiante a
vontade amorosa do Pai, como uma adesão amorosa do coração ao mistério da vontade do Pai,
como uma ação de graças, que deve vir por primeiro.
Nos Evangelhos Jesus deixa seu ensinamento sobre a oração, que deve ser
assim compreendida: como um encontro filial com o Pai, movido pelo Espírito Santo, que nasce
de um coração humilde e reconciliado com todos, fruto de uma fé viva, e em constante vigilância. A oração, em sua própria essência, requer algumas propriedades: primeiro a
de um coração humilde e reconciliado com todos, fruto de uma fé viva, e em constante vigilância. A oração, em sua própria essência, requer algumas propriedades: primeiro a
persistência; depois a paciência e por fim a humildade. A grande novidade que Jesus nos traz,
mediante a sua encarnação, é esta: a oração dos discípulos deve ser feita, “em seu Nome”, pois
Ele é o caminho, a verdade e a vida, nosso Intercessor diante do Pai. E por fim no Magnificat
aprendemos de Maria qual a finalidade última da oração cristã: a união com Deus, nossa
comunhão com Ele, “ser todo dele porque Ele é todo nosso”.
2. COMO PREPARAR PARA A ORAÇÃO?
Para uma boa oração necessitamos estar atentos para algumas condições
prévias que nos ajudam a viver a oração como uma experiência de encontro com Deus, ou seja,
para uma oração profunda e verdadeira necessitamos de uma preparação, que servirá de apoio e
ajuda para que a oração flua em intimidade e profundidade.
a. Disposição interior: vai-se para a oração não apenas para cumprir um dever ou para encarar
algo difícil ou inútil, mas para dialogar com o Pai, para um encontro de amor, procurando
ouvir o Espírito Santo e aprender com Ele; por isso a primeira exigência é entrar num clima
de oração, com um coração que tenha desejo de Deus e de sua Palavra.
b. Escolher um bom lugar, onde possa rezar melhor, que ajude a viver o clima de oração:
assim como Jesus se retirava para lugares específicos como o deserto, a montanha, também
nós precisamos ficar a sós com Deus, e o lugar deve ser propício para isso.
c. Tempo: É indispensável se preparar para a oração definindo um horário do dia que seja
mais favorável a sua oração, fixando um tempo determinado para isso, e procurando ser fiel
a Ele, pois Jesus se levantava de madrugada para rezar, e passava mesmo a noite inteira em
oração ( Lc 6, 12; Mc 1, 35 ).
d. Posição do corpo: Encontrar a uma boa posição física, o que não significa a mais cômoda,
que facilite a concentração e possibilite que a oração flua com naturalidade, evitando assim
que se perca o foco e o ritmo da oração.
e. Serenidade Interior: Quando se está agitado emocionalmente e com um coração inquieto e
perturbado a oração encontrará maior dificuldade de acontecer com fluidez e profundidade,
por isso se requer dispor o coração na paz, acalmar as paixões, esvaziar-se das preocupações
da vida, entregando-se pela fé ao Senhor Jesus e clamando a graça do Espírito Santo para o
apaziguamento do coração.
f. Silêncio Exterior: Em meio a tanto barulho, que muitas vezes independe de nossa vontade,
sendo externo a nós, requer uma capacidade interior de desligar-se, evitando prestar atenção
ao barulho, não se incomodando com ele, mudando o foco de sua atenção para o que se está
disposto a vivenciar naquele momento da oração, como nos diz frei Clodovis : o ruído já não
mais incomoda por dentro, embora persista por fora.
g. Silêncio Interior: Aqui se deve buscar o recolhimento, como encontro consigo mesmo,
visando voltar-se para si mesmo, livrando-se do que possa tirar o foco do diálogo com Deus,
não mais daquilo que é exterior, mas agora das agitações interiores. “Pois como Deus poderá
preencher seu coração com sua presença, se você está entulhado de tantas coisas”. Só uma
mente recolhida e tranqüila dialoga com Deus, assim é preciso esvaziar a cabeça,
tranqüilizar o coração, focar-se em Deus.
h. Dar-se conta do valor e da importância da Oração: Eis um princípio básico para começar
e perseverar na oração, reconhecendo que isto é fundamental para minha vida, assim como o
ar que eu respiro. Não se faz aquilo que não se julga importante. Por isso devo antes de tudo
tomar consciência daquilo que vou fazer quando estou a orar: vou realizar para um encontro
de fé com o Pai, que me atrai ao seu amor, mesmo quando eu não venho a sentir esse amor,
mas poderei perceber que isso é verdade; e que o mais importante é: unir-me a Deus, pois
esta é a finalidade da oração, independente se sinto sua presença ou não.
i. Pedir a presença do Espírito Santo: Esta exigência é peculiar a longa tradição da Igreja,
uma vez que o Espírito é o doce hóspede da alma e o nosso Mestre Interior, somente sob sua
moção podemos viver bem nossa oração pessoal, sendo por ele iluminado neste desejo de
profunda união com nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo.
3. QUAIS OS BENEFÍCIOS E EFEITOS DA ORAÇÃO?
A oração pessoal possibilita aquele que reza com fé e com perseverança, pois
neste assunto não há imediatismo nem mágicas, e para tanto requer persistência e fidelidade,
angariar no âmbito humano, como nos ensina frei Clodovis, quem reza e medita adquire uma
identidade mais sólida. Ganha em auto-realização, vê mais sentido nas coisas, percebe mais
encanto em seu mundo, sente-se mais cheio de serenidade, equilíbrio e felicidade interior, cresce
sua sensibilidade aos valores profundos da vida, e mais ainda, a oração ajuda a recuperar a
saúde, protege contra a perda da harmonia interior, propiciando autocontrole e serenidade do
coração, e permite enfrentar os problemas da vida com melhores chances de sucesso.
Por sua vez no âmbito espiritual a oração gera uma confiança filial em Deus,
de quem tudo recebemos, nos impulsiona a uma fé mais viva, ao mesmo tempo que dela
procede, fortalece nossa vontade na busca pela santidade de vida, nos leva a uma experiência
mais profunda do amor de Deus, faz iniciar em nós um processo contínuo de cura interior, assim
como vai sedimentando em nosso coração as virtudes cristãs, e opera a libertação interior dos
vícios e de seu enraizamento em nossas estruturas humanas. Uma vez que não podemos dizer
Jesus é o Senhor senão pela moção do Espírito Santo, como nos ensina o Catecismo: “cada vez
que começamos a orar a Jesus é o Espírito Santo que, por sua graça preveniente, nos atrai ao
caminho da oração”, assim sendo, o Espírito Santo é o nosso Mestre interior que move nossa
oração, que derramado aumenta em nós os seus dons. E desejamos acrescentar o fruto por
excelência da oração cristã que nos faz experienciar a graça da salvação que Jesus veio trazer a
todos os que nEle crer, pois quem nele crê possui a vida eterna.
4. QUAIS OS PREJUÍZOS QUANDO NÃO SE TEM A ORAÇÃO PESSOAL?
Por conseguinte aquele que não reza se priva de todos esses benefícios
espirituais e humanos. Uma vez que a oração nos leva a um encontro com Deus e consigo
mesmo, quem não encontra a Deus também acaba por perder a si mesmo. A falta de oração
deixa o coração fragilizado diante das angústias e problemas da vida. No livro de Jó temos um
testemunho de como a oração é fonte de fortaleza da alma e de firmeza da fé diante das diversas
tragédias que podem acontecer nesta vida. Sem a oração o homem perde o sentido maior desta
vida, e de sua transcendência na direção de Deus. Uma vez que orar é sempre possível, aquele
que não reza perde a oportunidade de direcionar sua vida e os acontecimentos a sua volta,
mesmo os mais trágicos, para Deus e nEle viver a dimensão da aceitação, mesmo quando não é
possível compreende-los. A falta de oração enfraquece a alma humana, e a pessoa que deixa de
rezar se torna mais sujeita a perder o auto-domínio de si mesmo e de seus impulsos, assim quem
não ora se torna mais propenso ao pecado. É muito clara a exortação do Catecismo nº. 2774: “Se
não nos deixarmos levar pelo Espírito, cairemos de novo na escravidão do pecado”. Aquele que
não possui uma vida de oração pessoal certamente se torna mais aberto às seduções desse
mundo e às tentações do mal. Como nos diz Santo Afonso Maria de Ligório: “Quem reza
certamente se salva; quem não reza certamente se condena”. E São João Crisóstomo nos ensina
algo similar: “É impossível que caia em pecado o homem que reza”, o que equivale a dizer que
quem não reza facilmente acabará pecando.
5. COMO DEVE SER A ORAÇÃO PESSOAL?
A oração pessoal deve antes de tudo ser pessoal, onde cada pessoa encontrará
seu próprio caminho na oração sendo guiado pelo Espírito Santo e norteado pelos ensinamentos
profundos que a Igreja nos deixou em sua riquíssima Tradição, a partir das diversas experiências
dos grandes santos e santas da Igreja. Cada um deve encontrar seu método de Oração Pessoal, e
a forma de oração pelo qual vai se identificando, passando pela Oração Vocal, de louvor e de
intercessão, adentrando nos esquemas místicos da meditação e da contemplação, como oração
mental, e perpassando pela Lectio Divina, leitura orante da Bíblia, ou pela Oração dos Salmos,
Liturgia das Horas, ou ainda pela Oração do Santo Terço, como devoção mariana, ou passando
pela invocação do nome de Jesus, mediante diversas jaculatórias, sendo que todas elas devem
convergir para o sentido último de nossa vida: a adoração.
O importante é encontrar-se naquela forma de oração que mais o identifica
com sua realidade existencial e com seus desejos espirituais de encontro com Deus; assim como
deve se priorizar antes de tudo a fidelidade à oração pessoal, na busca da união com Deus, e não
simplesmente de sentir a Deus, pois sentir Deus não depende de nós, isto é graça, dom gratuito,
que Deus concede a quem quiser e quando desejar, mas o buscar a Deus, isso depende da minha
vontade. “Contudo o sentir Deus não é ainda o principal na vida espiritual. O principal está em
querer a Deus por si mesmo. Pois o sentir Deus não está sempre ao nosso alcance, enquanto o
querer Deus sim”, nos alerta frei Clodovis.
A oração pessoal deve concretizar o pedido de Jesus: “Orai sem cessar”, em
todas as circunstâncias da vida, o que equivale a dizer que todas as circunstâncias, todos os
acontecimentos são meios pelos quais podemos fazê-los oração, aqui vida e oração se
encontram, ambas se cruzam, a vida se faz oração, e oração se faz nossa vida. Adorar a Deus em
espírito e em verdade, este é o ideal proposto por Jesus. Comentando esta passagem Monsenhor
Jonas Abib ensinava que esta adoração a Deus dever ser feita no Espírito, que clama em nós
Abba Pai, e em verdade, na verdade de nossa vida, com tudo aquilo que estamos passando em
nossa realidade existencial e espiritual, do contrário nossa oração corre o risco de ser mentirosa.
A oração pessoal deve ser fruto do nosso amor a Deus, pois onde o não há
amor tudo se torna insignificante, já nos dizia Santa Terezinha: Nada é pequeno onde o amor é
grande, como também deve ser expressão de um compromisso de vida, algo de fato vital para
nós, sem a qual a vida perde sentido, uma vez que sem esse comprometimento com Deus e
fidelidade perseverante à oração pessoal corremos o risco de um não progredir na fé, de
paralisar nosso crescimento espiritual, e assim não chegarmos à plena estatura do Cristo, como
meta de toda vida cristã, segundo nos propõe São Paulo.
Pe. Luiz Fernando
Reitor do Seminário Cristo Ressuscitado – Curitiba – Pr.
Fonte: Apostila Projeto Amigos de Deus - disponivel para download no site da RCC Nacional
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sexta-feira, setembro 17, 2010
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AMIGOS DE DEUS - TEMA 1: ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
1.1. O QUE A IGREJA FALA SOBRE A ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO?
A Igreja nos ensina que “A reserva do Corpo de Cristo para a Comunhão dos enfermos criou entre
os fiéis o louvável costume de se recolherem em oração para adorar Cristo realmente presente no
Sacramento conservado no sacrário. Recomendada pela Igreja aos Pastores e fiéis, a adoração do
Santíssimo é uma alta expressão da relação existente entre a celebração do sacrifício do Senhor e a
sua presença permanente na Hóstia Consagrada”(cf. De sacra Communione, 79-100; Ecclesia de
Eucharistia, 25; Mysterium fidei; Redemptionis Sacramentum, 129-141). Sobre este ponto assim se
expressa o Romano Pontífice em sua Exortação Apostólica Pós-sinodal, Sacramentum Caritatis, nº
66: “De fato, na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a
adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si
mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude
de adoração d'Aquele que comungamos. Precisamente assim, e somente assim, é que nos tornamos
um só com Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da liturgia celeste. O ato
de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez na própria celebração
litúrgica. Com efeito, “somente na adoração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro.
Precisamente neste ato pessoal de encontro com o Senhor amadurece depois também a missão
social, que está encerrada na Eucaristia e deseja romper as barreiras, não apenas entre o Senhor e
nós mesmos, mas também, e sobretudo, as barreiras que nos separam uns dos outros”. Portanto,
“O permanecer em oração diante do Senhor vivo e verdadeiro no santo Sacramento amadurece
nossa união com ele: dispõe-nos para a frutuosa celebração da Eucaristia e prolonga as atitudes de
culto por ela suscitadas”(Ano da Eucaristia. Nº 13 - 15 de Outubro de 2004)
1.2. SEGUNDO A BÍBLIA O QUE DEUS NOS FALA SOBRE A ADORAÇÃO AO
SANTÍSSIMO SACRAMENTO?
Na Bíblia não vamos encontrar literalmente a expressão: “adoração ao Santíssimo Sacramento”.
Mas, na verdade, o que é o Santíssimo Sacramento? É Deus presente no meio do seu povo. É Jesus
atuando na história. Portanto, vamos encontrar na Bíblia diversos textos que nos sugerem adoração
a Deus. De fato, somente a Deus devemos adorar. Adorar a Deus é o máximo que podemos fazer
enquanto passamos pelos caminhos da existência terrestre. Nossa primeira atitude como criaturas
diante do Criador é, sem dúvida, a adoração. Pela adoração exaltamos a grandeza do Senhor que
nos fez e a onipotência do Salvador que nos liberta do mal. A adoração do Deus três vezes santo e
sumamente amável nos enche de humildade e dá garantia a nossas súplicas. No Antigo Testamento
podemos ler freqüentes vezes expressões como estas: “Todo o povo se prostrou com o rosto em
terra para adorar e bendizer no céu aquele que os havia conduzido ao triunfo”(1Mac 4, 55). “Assim
vos bendirei em toda a minha vida, com minhas mãos erguidas vosso nome adorarei”(Sl 62, 5). “É
somente a vós, Senhor, que devemos adorar”(Br 6, 5). “Prostrando-se diante dele, o adoraram”(Mt
2, 11). “...os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses
adoradores que o Pai deseja”( Jo 4, 23). Quando nos prostramos em adoração a Jesus no Santíssimo
Sacramento, somos muito mais felizes que Abraão, Moisés, Davi, os Profetas... Sem dúvida, eles
adoraram a Deus Santíssimo, ou como é comum na Bíblia, ao Deus três vezes Santo, ou ao Santo,
Santo, Santo, o Senhor Deus do universo. Mas como nos diz a Palavra em Hb 11, 13, eles
“morreram firmes na fé. Não chegaram a desfrutar a realização da promessa, mas puderam vê-la e
saudá-la de longe e se declararam estrangeiros e peregrinos na terra que habitavam”. Nós, porém,
somos privilegiados. Diante do Santíssimo Sacramento, nossa experiência se identifica com a
experiência dos Apóstolos, pois estamos diante de Jesus vivo e operante. No silêncio, ele nos ensina
como Mestre. Encerrado no Sacrário ele nos dá a liberdade, escondido na Hóstia Consagrada ele
nos revela a glória de Deus Pai e o poder do Espírito Santo. Assim como no deserto o Senhor Deus
libertou seu povo da escravidão do Egito, no Santíssimo Sacramento o Senhor Jesus nos liberta de
nossa aridez espiritual, de nosso egocentrismo, de nossos vãos desejos. Ele nos liberta da escravidão
do pecado e nos conduz à vida da graça. Ele nos aproxima do Pai celestial e de todos os irmãos e
irmãs, faz-nos crescer em comunhão, torna-nos solidários com os mais carentes e nos abre o
coração para acolhermos a vontade de Deus. No Santíssimo Sacramento, Jesus é nosso refúgio e
nossa segurança, nossa paz, nosso caminho, nossa vida e nossa verdade. Ali no tabernáculo Jesus
nos aponta para o Tabernáculo eterno.
1.3. COMO PREPARAR-SE PARA PRATICAR A ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO
SACRAMENTO?
É recomendável, para um aproveitamento mais eficaz da devoção eucarística, que os adoradores
estejam em estado de graça, ou seja, que pratiquem a confissão sacramental com mais freqüência,
busquem viver uma vida digna, sejam testemunhas fiéis, sejam assíduos à leitura orante da Bíblia,
especialmente que conheçam os Santos Evangelhos como também tenham sempre mais interesse
pelo estudo da doutrina católica, sobretudo pelo que a Igreja ensina através de seu Catecismo e de
seus documentos. Reconhecendo Jesus na Eucaristia, precisamos também reconhecê-lo entre nós,
em todas as pessoas e especialmente na pessoa dos mais sofredores.
1.4. COMO FAZER A ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO?
Segundo a tradição da Igreja, exprime-se de diversas modalidades:
– a simples visita ao Santíssimo Sacramento, conservado no Sacrário: breve encontro com Cristo,
sugerido pela fé na sua presença e caracterizado pela oração silenciosa;
– a adoração diante do Santíssimo Sacramento exposto, segundo as normas litúrgicas, na custódia
ou na píxide, de forma prolongada ou breve;
– a adoração perpétua, a das Quarenta Horas ou noutras formas, que empenham toda a comunidade
religiosa, uma associação eucarística ou uma comunidade paroquial, e que são ocasião de
numerosas expressões de piedade eucarística (cf. Diretório, 165).
- cada um de nós tem sua criatividade; são inúmeras as formas que nos ajudarão a adorar profunda e
respeitosamente a Jesus Eucarístico; diversos são os instrumentos que podemos usar para nos
ajudarem a rezar com eficácia diante do Santíssimo; temos a Bíblia, especialmente os Salmos, o
rosário é um valioso e eficaz instrumento para nossa adoração, existe ainda uma infinidade de livros
de orações; mas nunca nos esqueçamos de que se faz muito importante o silêncio; a oração
silenciosa e contemplativa é de um valor sem medida; precisamos resgatar o silêncio em nossas
adorações eucarísticas; nós precisamos aprender a cultivar o silêncio que nos leva às profundezas do
ser, onde podemos realmente ter um encontro alegre e salvífico com o Senhor.
1.5. QUAIS OS BENEFÍCIOS E EFEITOS DA ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO
SACRAMENTO?
Adorar Jesus no Santíssimo Sacramento, além de nos encher de alegria, também sentimos
amadurecer nossa união com Ele; somos mais livremente conduzidos à celebração da Eucaristia e
saudavelmente crescemos no amor a Deus e ao próximo. Em outras palavras, essa relação pessoal
com o Senhor favorece um contínuo crescimento na fé e prolonga a graça do Sacrifício Eucarístico
celebrado especialmente no Domingo(Dies Domini). A Eucaristia estimula à conversão e purifica o
coração. Reaviva nosso coração e nos impulsiona à celebração da Missa Dominical. O ato de adorar
Jesus no Santíssimo Sacramento nos aproxima de Deus Pai, abre nosso coração para a ação do
Espírito Santo, faz arder nosso coração quando lemos as Escrituras, especialmente os Santos
Evangelhos, impulsiona-nos para irmos ao encontro dos irmãos, especialmente os mais
necessitados, firma-nos como discípulos e nos faz ardorosos missionários. Nosso “encontro com o
Senhor, presente na Eucaristia, amadurece também a missão social, que está encerrada na Eucaristia
e deseja romper as barreiras não apenas entre o Senhor e nós mesmos, mas também e, sobretudo, as
barreiras que nos separam uns dos outros”(Bento XVI). A adoração ao Santíssimo Sacramento
purifica e alimenta a comunhão entre os esposos; tonifica o ministério dos Pastores da Igreja e a
docilidade dos fiéis ao seu magistério; os enfermos experimentam a comunhão com o sofrimento de
Cristo; todos se sentem motivados a buscar a reconciliação sacramental para poderem comungar
com proveito; a comunhão e a unidade são garantidas entre os múltiplos carismas, funções,
serviços, grupos e movimentos no seio da Igreja; todas as pessoas empenhadas nas diversas
atividades, serviços e associações de uma paróquia, são identificadas por atitudes pautadas pelos
valores do Evangelho e por uma espiritualidade de comunhão; e ainda, a adoração ao Santíssimo
sustenta as relações de paz, de entendimento e de concórdia na cidade terrena, entre todos os seres
humanos. “Prostrando-nos diante da Eucaristia, aprenderemos de maneira certa o que significa
comunhão, cultura do diálogo, vida solidária, serviço aos mais necessitados e respeito à dignidade
humana. Graças à iniciativa do Senhor que quis permanecer conosco podemos aprender dele as
melhores lições.
A busca incessante de muitos homens de hoje em responder às suas grandes perguntas não
pode ser desvinculada da fé que nos faz prostrar diante de Jesus “simples” (DIEGO TALES).
Portanto, “Permaneçamos longamente prostrados diante de Jesus presente na Eucaristia, reparando
com a nossa fé e o nosso amor os descuidos, os esquecimentos e até os ultrajes que nosso Salvador
deve sofrer em tantas partes do mundo” (Mane Nobiscum Domine, n.18). No Documento para o
Ano da Eucaristia, Nº 6, encontramos este salutar ensinamento: “A Eucaristia nos torna santos, e
não pode existir santidade que não esteja encarnada na vida eucarística. “Quem come a minha carne
viverá por mim” (Jo 6, 57).
1.6. QUAIS OS PREJUÍZOS QUANDO NÃO PRATICAMOS A ADORAÇÃO AO
SANTÍSSIMO SACRAMENTO?
Segundo o Papa Bento XVI, “pecaríamos se não adorássemos” o Santíssimo Sacramento. Diante de
Jesus Sacramentado encontramos refúgio, alento, renovação de nossas forças desgastadas pelos
inúmeros trabalhos e preocupações. Se deixarmos de procurar Jesus no Santíssimo Sacramento não
estamos em comunhão com Ele que se entrega totalmente a nós na celebração da Missa. Não
praticar a adoração ao Santíssimo Sacramento pode significar que Jesus não está em primeiro lugar
em nossa vida. E se Ele não ocupa o primeiro lugar em nossa vida, estamos em dificuldades, pois
“sem Ele nada podemos fazer”(Jo 15, 5); sem Jesus deixamos de produzir frutos, ou seja, virtudes,
atos de amor, e se não somos virtuosos ou não praticamos atos de amor, tornamo-nos perigosos para
nós mesmos e para os que conosco convivem. Sem Jesus falamos o que não convém, o que não
edifica; fazemos coisas que impedem nosso crescimento no Reino de Deus e, conseqüentemente,
nossa comunhão com Deus e com os irmãos fica comprometida. Sem adoração a Jesus no
Santíssimo Sacramento perdemos muitas graças, muitas bênçãos; e, ainda, não contribuímos para
que o Reino de Deus cresça, para que os pecadores se convertam, para que a paz, que é fruto da
justiça, reine em nossos corações, em nossos lares, em nossas comunidades, em nossa sociedade e
no mundo. Os prejuízos seriam muitos. Poderíamos identificá-los com o que encontramos em Jo 15,
se não permanecermos unidos a Jesus. E é dEle mesmo que escutamos este apelo “sem mim nada
podeis fazer”(Jo 15, 5).
1.7. QUAL A REGULARIDADE PARA PRATICAR A ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO
SACRAMENTO?
Felizmente não existe limite. Sempre que tenhamos tempo disponível e Igreja ou Oratório por perto,
aproveitemos para fazer uma visita ao Senhor presente no Santíssimo Sacramento. Especialmente
busquemos a Jesus sacramentado antes da Missa Dominical, ou ainda, quando estivermos passando
por uma Igreja ou Oratório, sintamo-nos livres para irmos ao encontro do senhor que alegremente
nos aguarda no Sacrário para nos acolher e derramar sobre nós suas graças, seu carinho e seu amor.
Quanto mais permanecemos ao lado de quem nos ama mais nos sentimos amados. Quanto mais
perto de Jesus no Santíssimo Sacramento, mais nos sentimos amados por ele, e, consequentemente,
mais nos sentimos impelidos a amar nossos semelhantes. Segundo Bento XVI “É bom demorar-se
com Ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predileto(cf. Jo 13, 25), deixar-se tocar pelo
amor infinito do seu coração. Se atualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela «arte
da oração», como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo
espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo
Sacramento? Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência, recebendo dela
força, consolação, apoio!”. Sigamos o exemplo de tantos santos e santas que “na Eucaristia
encontraram o alimento para o seu caminho de perfeição. Quantas vezes eles verteram lágrimas de
comoção na experiência de tão grande mistério e viveram indizíveis horas de alegria ‘esponsal’
diante do Sacramento do altar”.(Mane Nobiscum Domine, n.31). Daí que, ainda neste mesmo
Documento, somos assim motivados: “A presença de Jesus no tabernáculo deve constituir como que
um pólo de atração para um número sempre maior de almas apaixonadas por Ele, capazes de ficar
longo tempo escutando a voz e quase que sentindo o palpitar do coração”(Mane Nobiscum Domine,
n. 18). Neste mesmo documento, no nº 30, dirigindo-se especialmente aos consagrados e
consagradas, João Paulo II faz um veemente convite dizendo “Jesus no Sacrário espera por vós
junto d'Ele, para derramar nos vossos corações aquela experiência íntima da sua amizade que é a
única que pode dar sentido e plenitude à vossa vida”. Acolhamos nós também esse amável convite e
não hesitemos em correr ao encontro do Senhor para permanecermos em oração diante d’Ele.
Dom Celso Antônio Marchiori
Bispo da Diocese de Apucarana – Pr.
Esse material está disponível para download no site da RCC nacional
AGUARDE NOSSA PRÓXIMA POSTAGEM TEMA: A ORAÇÃO...
A Igreja nos ensina que “A reserva do Corpo de Cristo para a Comunhão dos enfermos criou entre
os fiéis o louvável costume de se recolherem em oração para adorar Cristo realmente presente no
Sacramento conservado no sacrário. Recomendada pela Igreja aos Pastores e fiéis, a adoração do
Santíssimo é uma alta expressão da relação existente entre a celebração do sacrifício do Senhor e a
sua presença permanente na Hóstia Consagrada”(cf. De sacra Communione, 79-100; Ecclesia de
Eucharistia, 25; Mysterium fidei; Redemptionis Sacramentum, 129-141). Sobre este ponto assim se
expressa o Romano Pontífice em sua Exortação Apostólica Pós-sinodal, Sacramentum Caritatis, nº
66: “De fato, na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a
adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si
mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude
de adoração d'Aquele que comungamos. Precisamente assim, e somente assim, é que nos tornamos
um só com Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da liturgia celeste. O ato
de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez na própria celebração
litúrgica. Com efeito, “somente na adoração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro.
Precisamente neste ato pessoal de encontro com o Senhor amadurece depois também a missão
social, que está encerrada na Eucaristia e deseja romper as barreiras, não apenas entre o Senhor e
nós mesmos, mas também, e sobretudo, as barreiras que nos separam uns dos outros”. Portanto,
“O permanecer em oração diante do Senhor vivo e verdadeiro no santo Sacramento amadurece
nossa união com ele: dispõe-nos para a frutuosa celebração da Eucaristia e prolonga as atitudes de
culto por ela suscitadas”(Ano da Eucaristia. Nº 13 - 15 de Outubro de 2004)
1.2. SEGUNDO A BÍBLIA O QUE DEUS NOS FALA SOBRE A ADORAÇÃO AO
SANTÍSSIMO SACRAMENTO?
Na Bíblia não vamos encontrar literalmente a expressão: “adoração ao Santíssimo Sacramento”.
Mas, na verdade, o que é o Santíssimo Sacramento? É Deus presente no meio do seu povo. É Jesus
atuando na história. Portanto, vamos encontrar na Bíblia diversos textos que nos sugerem adoração
a Deus. De fato, somente a Deus devemos adorar. Adorar a Deus é o máximo que podemos fazer
enquanto passamos pelos caminhos da existência terrestre. Nossa primeira atitude como criaturas
diante do Criador é, sem dúvida, a adoração. Pela adoração exaltamos a grandeza do Senhor que
nos fez e a onipotência do Salvador que nos liberta do mal. A adoração do Deus três vezes santo e
sumamente amável nos enche de humildade e dá garantia a nossas súplicas. No Antigo Testamento
podemos ler freqüentes vezes expressões como estas: “Todo o povo se prostrou com o rosto em
terra para adorar e bendizer no céu aquele que os havia conduzido ao triunfo”(1Mac 4, 55). “Assim
vos bendirei em toda a minha vida, com minhas mãos erguidas vosso nome adorarei”(Sl 62, 5). “É
somente a vós, Senhor, que devemos adorar”(Br 6, 5). “Prostrando-se diante dele, o adoraram”(Mt
2, 11). “...os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses
adoradores que o Pai deseja”( Jo 4, 23). Quando nos prostramos em adoração a Jesus no Santíssimo
Sacramento, somos muito mais felizes que Abraão, Moisés, Davi, os Profetas... Sem dúvida, eles
adoraram a Deus Santíssimo, ou como é comum na Bíblia, ao Deus três vezes Santo, ou ao Santo,
Santo, Santo, o Senhor Deus do universo. Mas como nos diz a Palavra em Hb 11, 13, eles
“morreram firmes na fé. Não chegaram a desfrutar a realização da promessa, mas puderam vê-la e
saudá-la de longe e se declararam estrangeiros e peregrinos na terra que habitavam”. Nós, porém,
somos privilegiados. Diante do Santíssimo Sacramento, nossa experiência se identifica com a
experiência dos Apóstolos, pois estamos diante de Jesus vivo e operante. No silêncio, ele nos ensina
como Mestre. Encerrado no Sacrário ele nos dá a liberdade, escondido na Hóstia Consagrada ele
nos revela a glória de Deus Pai e o poder do Espírito Santo. Assim como no deserto o Senhor Deus
libertou seu povo da escravidão do Egito, no Santíssimo Sacramento o Senhor Jesus nos liberta de
nossa aridez espiritual, de nosso egocentrismo, de nossos vãos desejos. Ele nos liberta da escravidão
do pecado e nos conduz à vida da graça. Ele nos aproxima do Pai celestial e de todos os irmãos e
irmãs, faz-nos crescer em comunhão, torna-nos solidários com os mais carentes e nos abre o
coração para acolhermos a vontade de Deus. No Santíssimo Sacramento, Jesus é nosso refúgio e
nossa segurança, nossa paz, nosso caminho, nossa vida e nossa verdade. Ali no tabernáculo Jesus
nos aponta para o Tabernáculo eterno.
1.3. COMO PREPARAR-SE PARA PRATICAR A ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO
SACRAMENTO?
É recomendável, para um aproveitamento mais eficaz da devoção eucarística, que os adoradores
estejam em estado de graça, ou seja, que pratiquem a confissão sacramental com mais freqüência,
busquem viver uma vida digna, sejam testemunhas fiéis, sejam assíduos à leitura orante da Bíblia,
especialmente que conheçam os Santos Evangelhos como também tenham sempre mais interesse
pelo estudo da doutrina católica, sobretudo pelo que a Igreja ensina através de seu Catecismo e de
seus documentos. Reconhecendo Jesus na Eucaristia, precisamos também reconhecê-lo entre nós,
em todas as pessoas e especialmente na pessoa dos mais sofredores.
1.4. COMO FAZER A ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO?
Segundo a tradição da Igreja, exprime-se de diversas modalidades:
– a simples visita ao Santíssimo Sacramento, conservado no Sacrário: breve encontro com Cristo,
sugerido pela fé na sua presença e caracterizado pela oração silenciosa;
– a adoração diante do Santíssimo Sacramento exposto, segundo as normas litúrgicas, na custódia
ou na píxide, de forma prolongada ou breve;
– a adoração perpétua, a das Quarenta Horas ou noutras formas, que empenham toda a comunidade
religiosa, uma associação eucarística ou uma comunidade paroquial, e que são ocasião de
numerosas expressões de piedade eucarística (cf. Diretório, 165).
- cada um de nós tem sua criatividade; são inúmeras as formas que nos ajudarão a adorar profunda e
respeitosamente a Jesus Eucarístico; diversos são os instrumentos que podemos usar para nos
ajudarem a rezar com eficácia diante do Santíssimo; temos a Bíblia, especialmente os Salmos, o
rosário é um valioso e eficaz instrumento para nossa adoração, existe ainda uma infinidade de livros
de orações; mas nunca nos esqueçamos de que se faz muito importante o silêncio; a oração
silenciosa e contemplativa é de um valor sem medida; precisamos resgatar o silêncio em nossas
adorações eucarísticas; nós precisamos aprender a cultivar o silêncio que nos leva às profundezas do
ser, onde podemos realmente ter um encontro alegre e salvífico com o Senhor.
1.5. QUAIS OS BENEFÍCIOS E EFEITOS DA ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO
SACRAMENTO?
Adorar Jesus no Santíssimo Sacramento, além de nos encher de alegria, também sentimos
amadurecer nossa união com Ele; somos mais livremente conduzidos à celebração da Eucaristia e
saudavelmente crescemos no amor a Deus e ao próximo. Em outras palavras, essa relação pessoal
com o Senhor favorece um contínuo crescimento na fé e prolonga a graça do Sacrifício Eucarístico
celebrado especialmente no Domingo(Dies Domini). A Eucaristia estimula à conversão e purifica o
coração. Reaviva nosso coração e nos impulsiona à celebração da Missa Dominical. O ato de adorar
Jesus no Santíssimo Sacramento nos aproxima de Deus Pai, abre nosso coração para a ação do
Espírito Santo, faz arder nosso coração quando lemos as Escrituras, especialmente os Santos
Evangelhos, impulsiona-nos para irmos ao encontro dos irmãos, especialmente os mais
necessitados, firma-nos como discípulos e nos faz ardorosos missionários. Nosso “encontro com o
Senhor, presente na Eucaristia, amadurece também a missão social, que está encerrada na Eucaristia
e deseja romper as barreiras não apenas entre o Senhor e nós mesmos, mas também e, sobretudo, as
barreiras que nos separam uns dos outros”(Bento XVI). A adoração ao Santíssimo Sacramento
purifica e alimenta a comunhão entre os esposos; tonifica o ministério dos Pastores da Igreja e a
docilidade dos fiéis ao seu magistério; os enfermos experimentam a comunhão com o sofrimento de
Cristo; todos se sentem motivados a buscar a reconciliação sacramental para poderem comungar
com proveito; a comunhão e a unidade são garantidas entre os múltiplos carismas, funções,
serviços, grupos e movimentos no seio da Igreja; todas as pessoas empenhadas nas diversas
atividades, serviços e associações de uma paróquia, são identificadas por atitudes pautadas pelos
valores do Evangelho e por uma espiritualidade de comunhão; e ainda, a adoração ao Santíssimo
sustenta as relações de paz, de entendimento e de concórdia na cidade terrena, entre todos os seres
humanos. “Prostrando-nos diante da Eucaristia, aprenderemos de maneira certa o que significa
comunhão, cultura do diálogo, vida solidária, serviço aos mais necessitados e respeito à dignidade
humana. Graças à iniciativa do Senhor que quis permanecer conosco podemos aprender dele as
melhores lições.
A busca incessante de muitos homens de hoje em responder às suas grandes perguntas não
pode ser desvinculada da fé que nos faz prostrar diante de Jesus “simples” (DIEGO TALES).
Portanto, “Permaneçamos longamente prostrados diante de Jesus presente na Eucaristia, reparando
com a nossa fé e o nosso amor os descuidos, os esquecimentos e até os ultrajes que nosso Salvador
deve sofrer em tantas partes do mundo” (Mane Nobiscum Domine, n.18). No Documento para o
Ano da Eucaristia, Nº 6, encontramos este salutar ensinamento: “A Eucaristia nos torna santos, e
não pode existir santidade que não esteja encarnada na vida eucarística. “Quem come a minha carne
viverá por mim” (Jo 6, 57).
1.6. QUAIS OS PREJUÍZOS QUANDO NÃO PRATICAMOS A ADORAÇÃO AO
SANTÍSSIMO SACRAMENTO?
Segundo o Papa Bento XVI, “pecaríamos se não adorássemos” o Santíssimo Sacramento. Diante de
Jesus Sacramentado encontramos refúgio, alento, renovação de nossas forças desgastadas pelos
inúmeros trabalhos e preocupações. Se deixarmos de procurar Jesus no Santíssimo Sacramento não
estamos em comunhão com Ele que se entrega totalmente a nós na celebração da Missa. Não
praticar a adoração ao Santíssimo Sacramento pode significar que Jesus não está em primeiro lugar
em nossa vida. E se Ele não ocupa o primeiro lugar em nossa vida, estamos em dificuldades, pois
“sem Ele nada podemos fazer”(Jo 15, 5); sem Jesus deixamos de produzir frutos, ou seja, virtudes,
atos de amor, e se não somos virtuosos ou não praticamos atos de amor, tornamo-nos perigosos para
nós mesmos e para os que conosco convivem. Sem Jesus falamos o que não convém, o que não
edifica; fazemos coisas que impedem nosso crescimento no Reino de Deus e, conseqüentemente,
nossa comunhão com Deus e com os irmãos fica comprometida. Sem adoração a Jesus no
Santíssimo Sacramento perdemos muitas graças, muitas bênçãos; e, ainda, não contribuímos para
que o Reino de Deus cresça, para que os pecadores se convertam, para que a paz, que é fruto da
justiça, reine em nossos corações, em nossos lares, em nossas comunidades, em nossa sociedade e
no mundo. Os prejuízos seriam muitos. Poderíamos identificá-los com o que encontramos em Jo 15,
se não permanecermos unidos a Jesus. E é dEle mesmo que escutamos este apelo “sem mim nada
podeis fazer”(Jo 15, 5).
1.7. QUAL A REGULARIDADE PARA PRATICAR A ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO
SACRAMENTO?
Felizmente não existe limite. Sempre que tenhamos tempo disponível e Igreja ou Oratório por perto,
aproveitemos para fazer uma visita ao Senhor presente no Santíssimo Sacramento. Especialmente
busquemos a Jesus sacramentado antes da Missa Dominical, ou ainda, quando estivermos passando
por uma Igreja ou Oratório, sintamo-nos livres para irmos ao encontro do senhor que alegremente
nos aguarda no Sacrário para nos acolher e derramar sobre nós suas graças, seu carinho e seu amor.
Quanto mais permanecemos ao lado de quem nos ama mais nos sentimos amados. Quanto mais
perto de Jesus no Santíssimo Sacramento, mais nos sentimos amados por ele, e, consequentemente,
mais nos sentimos impelidos a amar nossos semelhantes. Segundo Bento XVI “É bom demorar-se
com Ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predileto(cf. Jo 13, 25), deixar-se tocar pelo
amor infinito do seu coração. Se atualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela «arte
da oração», como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo
espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo
Sacramento? Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência, recebendo dela
força, consolação, apoio!”. Sigamos o exemplo de tantos santos e santas que “na Eucaristia
encontraram o alimento para o seu caminho de perfeição. Quantas vezes eles verteram lágrimas de
comoção na experiência de tão grande mistério e viveram indizíveis horas de alegria ‘esponsal’
diante do Sacramento do altar”.(Mane Nobiscum Domine, n.31). Daí que, ainda neste mesmo
Documento, somos assim motivados: “A presença de Jesus no tabernáculo deve constituir como que
um pólo de atração para um número sempre maior de almas apaixonadas por Ele, capazes de ficar
longo tempo escutando a voz e quase que sentindo o palpitar do coração”(Mane Nobiscum Domine,
n. 18). Neste mesmo documento, no nº 30, dirigindo-se especialmente aos consagrados e
consagradas, João Paulo II faz um veemente convite dizendo “Jesus no Sacrário espera por vós
junto d'Ele, para derramar nos vossos corações aquela experiência íntima da sua amizade que é a
única que pode dar sentido e plenitude à vossa vida”. Acolhamos nós também esse amável convite e
não hesitemos em correr ao encontro do Senhor para permanecermos em oração diante d’Ele.
Dom Celso Antônio Marchiori
Bispo da Diocese de Apucarana – Pr.
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terça-feira, setembro 07, 2010
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MÊS DA BÍBLIA 2010 - O LIVRO DE JONAS
Desde o Concílio Vaticano II, a Bíblia ocupou um espaço privilegiado na família, com os grupos de reflexão, os círculos bíblicos, a catequese que se tornou bíblica e nas pequenas comunidades dos bairros das cidades. A Igreja no Brasil que atua na pastoral das periferias das cidades desenvolveu uma prática de leitura e reflexão da Bíblia muito particular e que muito contribui para o sustento da fé dos grupos comunitários e da caminhada das pessoas. É uma forma muito rica e transformadora de viver a missão evangelizadora da Igreja que é a de servir a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada.
O Mês da Bíblia surgiu há 39 anos em Belo Horizonte e destacou-se a importância da leitura e do estudo das Sagradas Escrituras. Na verdade, o Mês da Bíblia, novidade para os católicos muito contribuiu para o desenvolvimento da Pastoral Bíblica e a compreensão mais profunda da Palavra de Deus nas paróquias e dioceses. Hoje, o estudo da Bíblia deixa de ser uma Pastoral isolada das outras, mas passa ser uma própria e verdadeira animação Bíblica em toda a vida pastoral dos grupos ativos e vem ser a forma mais adequada de acentuar a centralidade da Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja.
Para este ano de 2010, o mês da Bíblia, propõe o estudo e a meditação do Livro de Jonas com destaque para a evangelização e a missão na cidade.
O mês da Bíblia esta ligado a temática da Campanha da Fraternidade deste ano, destaca o livro de Jonas para seu estudo e reforça a idéia da universalidade do amor de Deus, que reconhece o valor de todos, esse texto da Escritura nos faz refletir sobre a evangelização do mundo urbano. Assim, o conhecimento do profeta Jonas será uma grande contribuição para que o entusiasmo não esfrie e a Igreja possa continuar ampliando sua reflexão sobre a amplitude de sua missão.
Resumo da história de Jonas
A história de Jonas é muito conhecida de todos nós. Já ouvimos muitas vezes, que o personagem de destaque no estudo deste mês da Bíblia é enviado a Nínive, mas ele procura fugir, embarca em um navio para a cidade de Társis, um lugar distante, onde, se acreditava Javé não se encontrava. Mas o que Jonas queria era escapar do convite de Deus, para enfrentar sua realidade ir a Nínive a grande cidade. Diante desta reação, Javé provoca uma forte tempestade. No navio, em que Jonas viajava, para fugir de Deus, os marinheiros trabalham duramente para poderem sobreviver e evitar o náufrago na tempestade, mas Jonas, com medo de Deus, se esconde e dorme tranquilamente e profundamente no porão do navio. Sendo encontrado pelos marinheiros, o próprio Jonas, com medo, pede que seja jogado ao mar imaginando que iria aplacar a ira de Javé. Mas também pensava consigo mesmo afinal se morrer, não terei de assumir a ordem de Javé. Entretanto o improvável acontece, um grande peixe, por ordem da divindade engole-o e, após três dias, Jonas na barriga do grande peixe é vomitado na praia. Enquanto estava nas entranhas do peixe, Jonas rezava. Mas Deus não recua e novamente dá a Jonas a ordem de ir à cidade de Nínive. Depois de tanta insistência de Deus Jonas resolve obedecer. Jonas vai e anuncia a destruição de Nínive. Todos os habitantes se convertem: homens, mulheres, rei e animais. Deus se compadece, e Jonas fica indignado com a atitude misericordiosa de Javé. A história de Jonas é muito conhecida, e uma das cenas preferidas é a de Jonas engolido por um peixe e sua permanência por três dias e três noites, na barriga do peixe (Jn 2,1-2.11).
Do objetivo do mês da Bíblia:
De fato, a escolha do livro de Jonas para o estudo durante o mês de setembro tem por objetivo tirar os católicos do comodismo e do julgamento preconceituoso e os encaminhar para a evangelização da cidade.
Que o estudo e a meditação do livro de Jonas nos ajudem a vencer a tentação de fugir dos desafios da missão na cidade e nos tornem capazes de acolher a todas as pessoas sem acepção.
A mensagem de do Livro de Jonas
Na época do período da dominação persa em que vivia Neemias e Esdras (450-350 a.C.), os interesses principais, eram a reconstrução de Jerusalém, a restauração da Lei e das práticas rituais, que estavam esquecidos, a eliminação de influências estrangeiras com muitos casamentos mistos, bem como o uso de genealogias para gerarem direitos de pertença ao povo escolhido por Deus. O autor do livro de Jonas, que coloca o nome do livro ao seu personagem principal, ironiza o comportamento do judeu nacionalista e tem um olhar favorável aos estrangeiros. A resistência de Jonas, querendo sempre fugir representa os grupos que não aceitam que Javé seja misericordioso com os povos estrangeiros sejam eles os assírios, como Abdias, Joel, Neemias e Esdras.
No decreto do rei de Nínive, o texto faz um apelo à mudança radical de vida: "invocarão a Deus com vigor e se converterá cada qual de seu caminho perverso e da violência que está em suas mãos" (Jn 3,8). O apelo à conversão dos opressores não é a um Deus único, mas o abandono de qualquer forma de injustiça social.
Portanto, o livro de Jonas nos apresenta o perdão e a misericórdia de Deus para todas as pessoas, até para os piores inimigos do povo de Israel. A personagem Jonas passa ser símbolo do povo que não acredita na intervenção de Deus a seus inimigos. O autor do livro de Jonas acredita que o perdão e a ação de Deus não têm fronteiras. As pessoas que liam ou ouviam a narrativa de Jonas eram desafiadas a rever a compreensão de Deus. O livro de Jonas passa a ser usado contra uma visão reduzida de grupos de judeus que pensavam que eles eram o único povo abençoado por Deus, sem exceções. O texto vai além, apresenta um Deus que vê e se arrepende do mal. Um Deus que se manifesta sensível à vida do povo, como é apresentado Deus no Êxodo: "Eu vi a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi o seu clamor por causa dos seus opressores; pois eu conheço as angustias. Por isso desci a fim de libertá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e vasta, terra que mana leite e mel" (Ex 3,7-8a). Deus vê e age. É um Deus solidário e próximo, favorável a todas as pessoas que se convertem de sua má conduta e ações violentas.
Chave de Leitura do livro de Jonas:
No capítulo 4 do livro de Jonas, há um duplo questionamento a Jonas: "Tens, por acaso, motivo para te irar?". "Está certo que te aborreças por causa da mamoneira?" (Jn 4,4.9). Aqui está a chave para a mensagem central do livro. Deus lança um apelo a Jonas para que ele reconheça o seu erro e que Deus está certo ao mostrar sua compaixão diante do comportamento dos assírios em Nínive.
O desafio final do livro de Jonas:
E o livro termina com a pergunta: "E eu não terei pena de Nínive?". Esta questão foi um desafio para todos os ouvintes do tempo de Jonas. E continua em aberto, exigindo uma resposta de quem lê a história. Que a narrativa de Jonas possa trazer novas luzes para a nossa vida pessoal e dos nossos grupos de reflexão bíblica e comunidades. Superar preconceitos é um processo para a vida inteira, a cada dia somos desafiados. Que o Deus da ternura e da misericórdia, que o livro de Jonas nos apresenta, ajude-nos a percorrer este caminho novo.
Prof. Odalberto Domingos Casonatto
(Fonte: site artigonal.com)
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Comunidade Católica Anunciadores da Paz
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quarta-feira, setembro 01, 2010
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