LIVROS HISTÓRICOS I...(continuação estudo bíblico)

Os Livros Históricos mostram os diversos momentos da vida do povo de Israel na Terra Prometida e no exílio: suas grandezas e lutas, e as conseqüências práticas de sua fidelidade ou infidelidade ao Deus da Aliança. Eles ocupam a maior parte do Antigo Testamento. Esses escritos não são mera crônica dos fatos, mas uma narração que mostra a relação entre Deus e os homens, através dos acontecimentos. Podemos dividir esse conjunto em quatro grupos:

Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis.

Esses livros relatam que a história de Israel depende da atitude que o povo toma na Aliança com Deus. Se o povo é fiel à Aliança, Deus lhe concede a bênção, que se concretiza no dom da terra e na prosperidade. Se o povo é infiel, atrai para si mesmo a maldição, que se traduz em fracasso e perda da terra.

Josué: A terra é dom e conquista. Josué significa: Javé é salvação

O livro de Josué relata acontecimentos situados no séc. XIII a.C.: a conquista e a partilha de Canaã, a Terra Prometida, pelas tribos de Israel. O seu conteúdo pode ser dividido em três partes: primeira: (Js 1-12) temos a conquista; segunda: (Js 13-21) apresenta a partilha da Terra entre as tribos; terceira: (Js 22-24) traz o relato do fim da vida de Josué.

Juízes: O vai e vem da história.

O livro dos Juízes relata fatos situados entre 1200 e 1020 a.C., descrevendo a continuação da conquista da Terra e a vida das tribos até o início da monarquia. O livro apresenta logo no seu início a chave de leitura que serve não só para o livro, mas para toda a história de Israel e também a nossa. Ela é exposta em 2,6-23 e reaparece diversas vezes no livro. Podemos resumi-la em quatro palavras: Pecado - o povo abandona Javé, o Deus que produz liberdade e vida, para servir aos ídolos que corrompem, produzindo um sistema social injusto; Castigo - servindo aos ídolos da escravidão e da morte, o povo alienado perde a liberdade e a vida que tinham sido duramente conquistadas; Conversão - no extremo limite do sofrimento, o povo volta à consciência histórica, e clama a Javé; Salvação - Javé responde ao clamor, fazendo surgir líderes (juízes) que organizam o povo e o ajudam a reconquistar a liberdade e a vida. Os juízes eram líderes carismáticos, que surgiam no meio do povo, a partir da dificuldade das tribos, com relação as ameaças de invasões e tomada dos territórios conquistados. O tempo dos juizes, foi um tempo mais de defesa dos territórios do que de conquistas. É impossivel estabelecer uma ordem cronológica da ação exata de cada juiz, por que sua ação se estendia a uma determinada área de israel. Os juizes se dividem em maiores e menores, os maiores são chamados assim por causa do seu conteúdo literário, e por terem a narração de suas vidas e de seus feitos detalhadamente. Enquanto que os menores, possuem apenas os seus nomes e dados básicos.

JUIZES MAIORES: IAM AS GUERRAS PARA LUTAR PELO POVO

• Otoniel

• Aod

• Débora e Barac

• Gedeão

• Jefté

• Sansão

JUIZES MENORES: JULGAVAM AS PEQUENAS CAUSAS

• Sangar

• Tola

• Jair

• Ibson

• Elon

• Abdon



1 e 2 Samuel: A função da autoridade.
Samuel significa: Deus ouviu - O último juiz. Este sagrou o primeiro rei - Saul. Estabelecimento da monarquia sob Saul e Davi.

Os livros de Samuel relatam acontecimentos que se situam entre 1040 e 971 a.C. Temos aí uma análise crítica do aparecimento da realeza em Israel, análise que pode ajudar a avaliar nossos sistemas e homens políticos, bem como qualquer outra autoridade. 1Samuel oferece, portanto, uma visão crítica da autoridade política. Mostra que Deus é o único rei sobre o seu povo. Para ser legítimo, o rei humano (e seus equivalentes) deve ser representante de Deus, isto é, servir a Deus através do serviço ao povo. 2Samuel está centrado na figura de Davi, cuja história começa propriamente em 1Sm 16, e nas lutas dos pretendentes ao trono de Jerusalém. Podemos dizer que 2Sm continua a avaliação do sentido e da função da autoridade política.

1 e 2 Reis: Da glória à ruína.

Os livros dos Reis relatam acontecimentos que vão de 971 a 561 a.C., continuando a história da monarquia iniciada com Saul e Davi. Mais do que uma história, estes livros são uma reflexão teológica sobre a história do povo e dos reis que o governaram: a fidelidade a Deus leva à bênção e à prosperidade; a infidelidade leva à maldição, à ruína e ao exílio (cf. 2Rs 17,7-23).

1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias.

Esses livros fazem memória de toda a trajetória do povo de Deus, a fim de fundamentar a vida da comunidade judaica e sua forma de governo, polarizada pelo culto no Templo de Jerusalém (1 e 2 Crônicas). A preocupação básica é fundamentar e organizar a comunidade depois do exílio na Babilônia (Esdras e Neemias).

1 e 2 Crônicas: Revisão da história do povo.

Esses livros foram escritos numa época em que os judeus estavam, a todo custo, procurando manter a unidade, a cultura e a própria identidade. Um dos fundamentos da teologia tradicional era a crença de que os descendentes de Davi seriam reis de Israel em todos os tempos.

Esdras e Neemias: Organização da comunidade.

Os livros de Esdras e Neemias continuam a história de Israel, relatando os acontecimentos entre 538 e 400 a.C. O tema central é a organização da comunidade, que se formou a partir da volta dos judeus exilados na Babilônia.
Esdras - sacerdote conhecedor da Lei de Moisés
Neemias - Leigo corajoso.
As bases da reforma de Esdras e Neemias são os alicerces do judaísmo.

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